Outras nádegas

 

quarta-feira, setembro 27, 2006

“gugala deixou um novo comentário sobre a sua postagem "9/22/2006 08:25:00 PM": isso é bom ou ruim?”

Eu não sou boa companhia não. Isso é ruim. Estou de pernas peludas, cabelos desgrenhados, sobrancelhas enormes e sonhando com meu gerente. Isso é péssimo. Rodeada de livros. Isso é péssimo também. E não é pra ficar inteligente não, é para entender pelo menos o mais simples. Estou cansada. Sensação de falta de ar. Essa cidade me dá falta de ar. E ainda tenho um recado que infelizmente todos vão ter que ler mas é mesmo inevitável.
Edu, teu e-mail não aceita pornografia não? Porque eu já te mandei um milhão de e-mails e todos voltam. Mandei para os dois tá. E mandei do Hot, do Ya e do profi. E depois não vem falar que eu não te contei as putarias.
BEIJO.
Para todos os efeitos, eu não presto.

E se alguém me mandar um e-mail me dizendo todo triste se esse texto de baixo é sobre mim juro que esgano.

*********
Lembra-se muito bem de quando tinha uma inveja daqueles que sentiam a garganta se fechar enquanto ouviam músicas tristes. Lindas aquelas mulheres nuas e bêbadas se lambuzando em misérias. Narizes arrebitados, consciente de suas dores, mantém um orgulho inabalável. E sem ser precoce correu contra o tempo para chegar lá e ser. Conheceu o rock mais tarde que todos os meninos e meninas. Nem parecia jovem. Mp3, computadores, internet, desconhecidos. Daí por diante o olhar de desdém era constante. E aprendeu a desenvoltura dos jovens, a sem vergonhice das meninas e a experiência dos velhos sem a chatice de ser. E como correu. E agora ainda jovem anda velha. E lamenta profundamente a vagabundagem na hora certa, o rap, o rock, os beijinhos e mão boba. O que não teve. Não fez. E mesmo jovem seu ódio parece mais adolescente e sente raiva por não acreditarem ser tudo genuíno. A depressão, o bater de portas, o fechar da garganta enquanto ouve músicas, e agora é qualquer uma mesmo. O nojo que sente das ruas e a falta de mendigos por todos os lados. A sujeira do centro das capitais, cadê? E andando mais a frente vê tudo muito bem escondido. E sua maior decepção é saber que não existem palhaços, doidos de pedra, loucas rasgadas e putas por profissão. Só mocinhas de família, casais de 50 anos, e as outras, aquelas bêbadas e nuas que já nem acreditam mesmo no que pensavam acreditar. Os “alternativos” são mais alternativas de puritanismo e como são bestiais, ignorantes discutindo filosofia em mesa de bar, bem ali, no bairro nobre da cidade. Sente raiva e lamenta não ter feito nada, não ter sido criança e passar por todas essas fases de gente. Criança, adolescente mimada, jovem, punk, hippie, inconseqüente, adulta e aí rir de tudo e lembrar saudosamente quando perder os sentidos. Acreditava em um momento só da vida e pensava que todos acreditavam também. Investiu tudo e então os boys viram pais de família. Sente inveja das convicções de todos, da certeza do futuro, dos estudos constantes e lamenta não saber muito qualquer coisa. E sente raiva daqueles que se submetem a qualquer sofrimento por qualquer costume. E aquelas pessoas que choravam ouvindo o dedilhar no violão não choravam agora como ela chora. É genuíno e mesmo assim pensam ser manha e não acreditam. E fizeram ela querer ter as bochechas rosadas e o cheiro de xampu por tempo indeterminado nos cabelos. Querer ser esposissíma e cuidar das crianças.


link | posted by Simy at 5:51 PM |


4 Comments:

Blogger Yvonne commented at setembro 27, 2006 10:25 PM~  

Amiga querida, confesso que fiquei um pouco confusa. Não entendi direito o que você quis dizer, mas isso não é nada perto do quanto eu adoro comparecer no seu cantinho. Já soube que vou ser avó? Beijocas

Blogger GUGA ALAYON commented at setembro 28, 2006 4:46 PM~  

vixe! bjão

Blogger Simy commented at setembro 29, 2006 6:22 PM~  

Isso Yv, nenhum sentido mesmo. Minha mami ainda lava minha calcinhas e faz minha cama. Sou adolescente mimada.

Anonymous Anônimo commented at outubro 01, 2006 10:20 AM~  

E eu que nunca recebi um e-mail desses que vc manda pro Edu...

Humpf!

:)

Beijão!

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